Sexta-feira, 25 de Novembro de 2011

Siderúrgicas que queimam a Floresta Amazônica

Siderúrgica é multada em R$ 200 milhões em Marabá, no Pará

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SÃO PAULO - O Ibama realiza nesta terça-feira uma operação na Siderúrgica do Pará (Sidepar), em Marabá, suspeita de utilizar carvão ilegal em seus fornos para fabricação de ferro-gusa. Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá, Luciano da Silva, a empresa adquiriu pelo menos 671.230 metros de carvão obtidos com o desmatamento clandestino no estado entre 2007 e outubro deste ano. De acordo com ele, a siderúrgica será multada em R$ 200 milhões.

- A siderúrgica usava caminhões próprios para buscar o carvão em áreas de desmatamento clandestinas e, para isso, usava guias de autorização emitidas por empresas fantasmas - diz Silva.

Investigações do Ibama mostram que, nos últimos quatro anos, pelo menos 947 mil metros de carvão ilegal, produzidos com o desmatamento irregular da floresta amazônica, foram usados para abastecer os fornos das maiores siderúrgicas do estado. Além da Sidepar, o instituto identificou entregas para a Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) e Siderúrgica Ibérica , em Marabá, no sudeste paraense.

Com base no levantamento, o Ibama atribui às siderúrgicas a responsabilidade pela destruição de 27,3 mil hectares de floresta no período em análise.

Para continuar a produzir o ferro-gusa, as empresas terão de utilizar carvão sustentável, feito de madeira de florestas plantadas ou o mineral. Pela lei, as siderúrgicas devem ter controle da procedência do carvão usado em seus fornos, com documentos que permitem rastrear toda a cadeia de produção.

Segundo Silva, 25 empresas - 11 fantasmas e 14 de "fachada", que produziam além da capacidade instalada - eram usadas pelas siderúrgicas para legalizar o carvão de áreas desmatadas. Essas empresas obtinham a documentação de produção de carvão com madeira de floresta plantada - guia florestal - e o documento fraudado era usado para acobertar o uso de floresta nativa.

- Na prática, o caminhão saia da empresa com a guia para retirar carvão na empresa A, mas ia buscar o produto em áreas de desmatamento ilegal. Identificamos durante a operação 96 caminhões que transportavam carvão ilegal. Apreendemos 20 deles nesta terça-feira.

Nos computadores da Sidepar há ainda registros do destino dos caminhões - afirma o chefe de Fiscalização.

Ao comprar o carvão ilegal, as siderúrgicas economizam até 60% por metro. O carvão de madeira reflorestada custa, segundo o Ibama, em média R$ 100 por metro, incluindo o custo de transporte. O carvão ilegal é vendido por R$ 40 ou R$ 50 o metro.

De acordo com o Ibama, durante a operação, batizada de Saldo Negro, as carvoarias alegavam adquirir os resíduos para fazer carvão de dois planos de manejo florestal fraudados, que nunca extraíram uma árvore, e, ainda assim, venderam toneladas de carvão para o setor siderúrgico do pólo Carajás.

- Elas negociavam apenas o papel para legalizar o carvão de madeira extraída ilegalmente, principalmente nos assentamentos do Incra, nas invasões, posses e pequenas propriedades da região do entorno das siderúrgicas - explica Silva.



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publicado por jondisonrodrigues às 21:33

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